sexta-feira, 31 de maio de 2013

CAVALO - Biologia, ZOOLOGIA, Trabalho Escolar.


CAVALO


Desde sua domesticação, o cavalo participa da história da humanidade, como meio de transporte ou força motriz, assim como em batalhas, na exploração e colonização de novas terras e no estabelecimento de rotas comerciais.
O cavalo é um mamífero perissodáctilo (com membros alongados, estômago simples e dedos em número ímpar, revestidos de casco córneo) e solípede (um só casco em cada pé), da família dos eqüídeos. Apresenta grandes variações em sua forma externa, quer características da raça a que pertencem, quer meramente individuais.
A palavra cavalo aplica-se somente ao macho da espécie Equus caballus; a fêmea denomina-se égua, e os filhos, até quatro anos de idade, potros ou poldros, quando do sexo masculino, e potrancas, quando do feminino.
Animal inteligente e valente, o cavalo não se atemoriza nem mesmo diante de carnívoros de grande porte. Quando atacado, reage com coices das patas traseiras ou mordidas com sua possante dentadura. Os cavalos emitem som característico, o relincho, com o qual comunicam o estado de ânimo. Soltos, agrupam-se em manadas de várias fêmeas e potros, comandadas por um macho adulto. Podem viver até trinta anos. Sua utilização depende de sua aptidão básica: velocidade ou força. No primeiro caso, são usados para transporte, pastoreio e competição esportiva; no segundo, para carga ou tração.


Características morfológicas. O tamanho do cavalo varia entre as diferentes raças, desde os grandes cavalos de força ou tiro, que chegam a alcançar 1,90m de altura e 800kg ou mais, até os pequenos pôneis, de cerca de um metro de estatura. A cabeça é alongada, com grandes olhos laterais e orelhas móveis e pontiagudas. Apresentam silhueta elegante, corpo delgado e membros altos. O pescoço do cavalo tem postura elevada e é provido de abundante e longa crina, com exceção ao cavalo selvagem da Mongólia. O pêlo é curto, exceto no rabo.
A cor varia muito e segue denominações próprias, como alazão (marrom avermelhado), pampo (branco com manchas pretas, marrons ou cinza), baio (castanho-claro), tordilho (pêlos brancos e pretos uniformemente coloridos, com disseminação variável no corpo do animal), tordilho ruço (quase branco) e rosilho (coloração levemente rosada). A pelagem, muito variada, pode ser simples e uniforme (brancos, alazões e pretos), simples com cauda e crina pretas (baio, castanho e isabel), composta (tordilho, rosilho, lobuno e ruão) e conjugadas (pampos).
A dentadura do macho tem quarenta dentes, dos quais 12 incisivos, quatro caninos e 24 molares; as fêmeas possuem somente 36, pois carecem de caninos. Entre os incisivos e os molares há um espaço chamado diastema. As características da dentição revelam o regime herbívoro do animal. A alimentação consiste principalmente de palha, capim, cevada, aveia e pasto fresco ou matéria verde.
Evolução. O ancestral mais antigo do cavalo é o Eohipus, de baixa estatura, que viveu na América do Norte e na Europa durante o eoceno, no período terciário. Mas as espécies atuais parecem descender de ancestrais da Ásia, que se transferiram há milhares de anos, quando a Sibéria e o Alasca eram geologicamente ligados. Após sua extinção no Velho Mundo, novos contingentes daqueles animais, já semelhantes aos cavalos atuais, chegaram à Eurásia novamente procedentes da América e reconquistaram posições perdidas, enquanto desapareciam definitivamente do Novo Mundo. O cavalo doméstico possui parentesco estreito com o cavalo de Przewalski (Equus caballus przewalski) ou cavalo selvagem da Mongólia, que ainda sobrevive no deserto de Gobi, e também com o tarpã (Equus caballus gmelini), do sul da Rússia, ancestral dos cavalos orientais, extinto no século XVIII.
A domesticação do cavalo ocorreu por volta do quarto milênio antes da era cristã, no Cáucaso, de onde a cria e doma dos animais se expandiu em direção ao Oriente, e chegou ao Ocidente na idade do bronze. Os assírios e os persas foram alguns dos primeiros povos a utilizar cavalos na guerra, como animais de sela e tração. Essa dupla utilidade prosseguiu na Idade Média e prolongou-se até a idade moderna. Na conquista do império incaico, os cavalos trazidos pelos espanhóis serviram como fator de intimidação e mitificação, pois aos incas pareciam animais sobrenaturais, que só seres superiores poderiam montar.
Andamentos. Dá-se o nome de andamento às diversas maneiras como os cavalos se deslocam. Durante a locomoção os membros passam sempre por duas fases: de apoio e de suspensão. Os andamentos do cavalo são naturais, adquiridos ou artificiais.
Naturais são os que o animal utiliza sem adestramento: passo, trote e galope. Passo é o andamento natural, marchado, em que os membros se apóiam e se elevam em diagonal, ou lateral (anterior e posterior do mesmo lado). Trote é o andamento simétrico a dois tempos, normalmente saltado, no qual os membros anteriores se alternam no apoio e na suspensão. Galope é o andamento saltado, diagonal, no qual as batidas dos membros posteriores antecipam as dos anteriores.
Os andamentos adquiridos são os que o animal emprega após certo período de adestramento: andadura, passo relevado e trote de corrida. Andadura pode, em algumas raças (manga-larga e campolina) ser  considerado natural; é sempre marchada, lateral e a dois tempos, isto é, os membros de um lado se sustêm e se apóiam alternadamente com os do lado oposto.
Artificiais são os andamentos de alta escola, executados por animais altamente adestrados, como o chamado passo espanhol. A cada um desses tipos de andamentos correspondem algumas variações. Assim, ainda se pode caracterizar a marcha trotada, galope à direita, galope à esquerda etc.
Acasalamento e gestação. O instinto genésico nos cavalos aparece aos 18 meses e o ciclo sexual da fêmea completa-se a cada 21 dias, em média. Não é aconselhável, porém, o acasalamento de animais jovens, devendo-se esperar que atinjam a idade de três anos. A vida útil, na reprodução, vai até 14 anos ou mais.
A égua aceita o macho por um período de dois a quatro dias, permitindo-lhe o salto e a cobertura. Esse período coincide com a ovulação e chama-se "cio"ou "calor". A identificação das éguas em cio é feita por um "rufião", animal que sofreu uma operação que o impossibilita de efetuar a cobertura, ou de fecundar. Um cavalo de pequeno porte, um "piquira", presta-se como rufião, pois não alcança a égua para fazer o salto. Separadas as éguas em condições de serem padreadas, faz-se executar a monta.
Na monta livre, o garanhão é solto com as éguas (20 ou 25 por garanhão). A monta mista é a que se efetua em um pequeno curral, sendo as éguas soltas uma a uma. Mais comumente promove-se a monta a mão, mais racional e segura. A égua é presa a um palanque, ou tronco de cobertura, com a cauda presa ao pescoço; trazido por um cabresto, o garanhão executa o coito, que dura de meio a um minuto. O índice de fecundação é baixo; um índice de sessenta por cento já é considerado bom.
Se 21 dias após a cobertura não houver reaparecimento do cio, considera-se a égua em gestação, que dura de 328 a 348 dias (11 meses). A hibridação é a união fecunda de espécies diferentes, muito usada na criação de eqüídeos -- jumento com égua ou cavalo com jumenta, que dá origem aos muares ou burros. Quando a égua é coberta por um jumento, a gestação se prolonga mais meio mês. A égua prenhe torna-se sossegada, come mais e aumenta de peso. Na metade da gestação já se nota aumento de volume no lado esquerdo do ventre.
O parto normal leva de dez a trinta minutos e, em geral, dá um único produto (a freqüência de partos duplos é de apenas sete por mil) e o recém-nascido pesa aproximadamente a décima parte de seu peso quando adulto. De trinta a sessenta minutos após o nascimento, o potro se levanta e procura mamar. Dois dias depois a égua deve ser solta com o potro. Normalmente, entre o sétimo e o décimo primeiro dia o cio reaparece, podendo a égua ser novamente levada ao garanhão.
Raças. A divisão das raças é feita de acordo com as aptidões características para sela ou tração. As duas raças mais famosas dos cavalos de velocidade, são o árabe -- o mais nobre e o mais antigo de todos os cavalos -- e o puro-sangue inglês, também conhecido como PSI. O cavalo árabe tem altura média de 1,50m, pêlo curto e sedoso, crânio largo, perfil côncavo, olhos grandes, pescoço fino com crina sedosa, garrote saliente, peito pouco largo, dorso e garupa horizontais, cauda alta, membros finos e cascos pequenos. A cor mais comum é o mosqueado, mas existem exemplares pretos, brancos e baios. O puro-sangue inglês descende do árabe, porém é mais alto, podendo chegar a 1,70m, possui linhas mais angulosas, pescoço mais fino e curvado, garupa alta e inclinada, pêlo castanho ou negro, movimentos bruscos e nervosos.
O cavalo berbere formou-se no litoral do Mediterrâneo, no norte da África, antes do árabe, e foi introduzido pelos árabes na Europa. Teve muitos cruzamentos com outras raças da Europa, e exerceu grande influência na formação das raças inglesa-de-corrida, andaluz e napolitano. O andaluz já foi considerado o melhor cavalo de sela e carruagem da Europa. Mostra muita influência do berbere, mas é alto, com pescoço curto grosso e rodado, tórax volumoso, garupa forte, pelagem escura e crinas abundantes, longas, sedosas e ondulantes, tanto no pescoço como na cauda.
O American quarter horse é o famoso "quarto-de-milha", tido como a mais antiga raça dos Estados Unidos. O nome deriva do fato de terem sido empregados em corridas de "raia" ou de "reta". É um cavalo muito forte, nervoso, que não raro atinge mais de 500kg. Tem cabeça curta, dorso curto, costado amplo, membros muito musculosos e garupa caída. Suas cores são normalmente escuras. É o cavalo preferido para a prática de esportes rurais.
Outra raça de destaque é o appaloosa, também de origem americana, com pelagem muito característica, chamado popularmente "cavalo de índio". Há ainda o trotador americano e o tobiano. O pônei apesar de pequeno é muito forte e resistente.
Os principais cavalos de tiro utilizados para trabalhos em carroças, carruagens e atividades rurais de forma geral, são o percheron, forte e pesado, de origem francesa, o bretão e o bolonhês. Todas essas raças têm como características a resistência e a extrema força.
Raças brasileiras. O rebanho brasileiro, hoje o maior do mundo, começou a se formar com animais trazidos por Martim Afonso de Sousa e Tomé de Sousa, entre 1534 e 1535, introduzidos em São Vicente, São Paulo, Pernambuco e Bahia. No Rio Grande do Sul os cavalos foram importados pelo rio da Prata. Após a introdução de espécimes selecionados, desenvolveram-se três raças de excelentes características: o manga-larga, com suas variações, o campolina e o crioulo.
O manga-larga foi desenvolvido no norte de São Paulo. É um cavalo de sela, de marcha trotada e boa altura, uma vez que é originário do andaluz. Dessa variedade resultou o manga-larga marchador (também chamado manga-larga mineiro). Tanto um tipo como o outro são de frente pesada, pouca cernelha, garupa inclinada. A diferença está, principalmente na forma de andar.
O campolina foi criado em Minas Gerais, e é dos cavalos nacionais o que mais se aproxima do andaluz, o que explica o alto porte e peso. Seu andamento pode ser de marcha picada, trote e marcha trotada. É cavalo muito bem aceito entre os criadores. O crioulo é uma raça muito forte, com características de trabalho no campo, e que também pode ser aproveitado para provas hípicas.
Além desses, criam-se intensivamente no Brasil o árabe, o puro-sangue inglês, o bretão, o percheron e outras raças estrangeiras. E existem outras raças brasileiras mais rústicas, como o sertanejo, no Nordeste; o mimoseano, da Bahia ao Mato Grosso; e o pantaneiro, do pantanal mato-grossense, que se habituou às condições peculiares daquela região, seja no prolongado período de chuvas, em que trabalha quase o tempo todo sobre regiões alagadas, seja no estio.

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